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domingo, 2 de setembro de 2012

Um texto antigo, mas parte de mim.


Ele era ... eu nem sei definir bem o que ele era.. Ele era um conhecido, mas era mais do que apenas um conhecido. Ele não era um colega, você não passa horas conversando, contando coisas e rindo com um colega. Mas não era um amigo, havia muitas coisas que eu não contava pra ele. Não por eu querer esconder, e sim pelo fato de todos os problemas e grilos ficarem pequenos e insignificantes. Tanto, que deles eu não lembrava.Nós nos víamos toda semana, mais não conversávamos sempre que nos víamos. Eu tinha minha vida, meus romances, minhas amizades, meu mundo afastado do dele. Ele tinha a vida dele, as amizades dele, a banda dele, e um mundo bem afastado do meu.  Tínhamos amigos em comum, quase todos.
Do mundo dele, eu só recebia notícias que ele me dava, incrível como nunca ninguém tinha a falar algo de novo sobre ele, ele nunca foi o assunto da rodinha, nunca foi o alvo das meninas. As notícias que ele me dava sempre eram engraçadas, e simples. Seus amigos, suas historias, as piadas. Não houve uma vez sequer que o vi triste, chateado ou mal educado. Talvez, esse jeito divertido e sempre de bom humor que me cativou, não sei.. não quero saber.
Do meu mundo, eu passava só as recentes, só coisas divertidas também. E as tristes, ele as transformava, ao lado dele eu nem as via tão tristes assim. Eram motivo de chacota. Nós riamos do que não podíamos mudar. Acho que do meu mundo ele recebeu muitas notícias, nem sempre boas, não entendo ainda o que chamou a atenção dele pra mim. No meu mundo, no interior dele, eu achava que no mundo dele havia uma Cinderela.
 Ou talvez uma bela adormecida, só poderia estar numa torre, eu nunca ouvia falar dela.
Pra ele eu era a menina divertida, a que escuta, a que ri das idiotices, a que está sempre pronta a dispensar horas e horas em um assunto sem definição. Do lado dele, eu era, EU. Do lado dele, eu era, MAIS EU. Do lado dele, eu era, MAIS ELE. 
Nós passamos a nos ver mais, ele vinha me ver, depois das reuniões com a banda, ou dos compromissos na congregação. Vinha sem motivo, sem planos, espontâneo. Me pegava de surpresa e salvava meu dia nublado.
Não pense você, que será o tipo de amor que começa por uma paixão avassaladora, por cantadas, indiretas e intenções maliciosas. O desespero e a pressa vão estar ausentes nessa história. A calmaria tomará de conta. O amor, virá fortemente.
Começamos a conversar mais, criamos uma espécie de intimidade e respeito, se ele me perguntava o que ia fazer no dia seguinte, eu contava, tinha medo de devolver a pergunta, não queria ser intrusa. O mundo dele, era uma curiosidade em tanto pra mim, mais estava esperando um convite para explorá-lo.
Enquanto isso meu mundo estava repleto, tão cheio que eu não conseguia respirar, as pessoas me sufocavam, e eu via nele minha válvula de escape, meu balão de oxigênio ou ao menos um ar puro e sem poluição.
Em detalhes, eu tinha muitos candidatos a se sentarem no lugar de rei, no meu mundo, não era uma seleção, nem uma batalha, mais parecia um jogo. Um jogava, e outro jogava em seguida, um dava o Check, e o outro salvava o jogo, todos loucos atrás do Check mate. Não que eu me sinta um troféu, ou algo muito valioso, mais estava me sentindo um objeto, tipo "sonho de consumo" , porém tão cobiçado que era deixado de lado. Isso estava me cansando muito. Não magoar ninguém, e explicar que aquele jogo era em vão, era desafiante.
O ano tinha começado movimentado, em Janeiro todas aquelas confusões, e disse-me-disse, já tinham rendido dores de cabeça e lágrimas pro ano inteiro.
Agora, eu tinha feito novas amizades, já tinha superado todas as perdas, e decepções. 
Ele entrou no meu mundo, e eu fui convidada a entrar no dele, a bela adormecida saiu da torre, não demorou cem anos, o jogo acabou, não me sinto como um prêmio, me sinto como a única garota do mundo.Selecionei quem guardar como um tesouro, e ele por incrivel que pareça ficou dentre eles. Não sei quanto tempo durará e não estou preocupada, com tanto que fiquemos felizes e juntos.
Agora ele não é apenas um conhecido, eu já o conheço bem. Não se enquadra no titulo de colega. Não é um amigo, é o melhor amigo. Ele não é um ouvinte de noticias sobre meu mundo, ele é parte dele, é a parte bonita, a parte que queria eternizar. Temos nossa vida, nosso mundo, nossas piadas, nosso amor.
minha autoria, credite.

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